O Kevlar é, sem dúvidas, um material com tecnologia têxtil incrível. Pode ser usado em coletes a prova de balas, uniformes para a indústria, blindagens entre outros. Embora seja um tecido leve e maleável, ele pode parar uma bala disparada à queima roupa com eficiência.
Mas como um tecido / material que poderia ser facilmente confundido com um pedaço de pano consegue ser mais resistente que o aço? A resposta está no princípio da cama elástica (aquela em que as crianças adoram pular nas festinhas).
A mecânica de funcionamento do Kevlar é parecida com a da cama elástica: quando um objeto entra em contato com sua superfície, as fibras do tecido absorvem e dissipam a energia do impacto, diminuindo sua velocidade. A diferença é que o tecido de Kevlar é muito mais resistente, isso impede que ele rasgue diante da alta velocidade da bala ou de impactos.
Como é fabricado o tecido Kevlar
Para chegar ao tecido usado nos coletes são apenas dois passos relativamente simples, segundo o ExplainThatStuff. Primeiro, é necessário produzir o elemento básico do Kevlar, um plástico extremamente resistente chamado aramida. Após, esse material é transformado em vários fios através de um processo chamado “wet spinning” (“giro molhado”, na tradução livre). Nele, uma solução derretida da aramida é forçada através de uma fieira, transformando-se em uma fibra que pode ser tecida normalmente pela indústria têxtil em uniformes, workwear e outras área como a de segurança.
O Kevlar pode ser a parte mais importante na hora de fabricar um colete à prova de balas, mas uma única camada do tecido não seria capaz de dar grande proteção. Por isso, esses trajes contam com várias camadas diferentes, usando até mesmo outros materiais para aumentar o nível de resistência da roupa. Neste caso, a regra do “quanto mais, melhor” é muito valida.
Kevlar, mil e uma utilidades
Se você pensa que esse material é útil apenas na hora de parar balas, saiba que está muito enganado. Segundo o site wiseGEEK, existem diversas versões de Kevlar, feitas para propósitos específicos.
A mais famosa delas é o Kevlar 29, que é usada nos coletes tão falados por aqui, além de ser um componente para pastilhas de freio e um substituto para o amianto. As roupas e uniformes de proteção contra fogo utilizadas pelos bombeiros e alguns funcionários da indústria também são desse tecido ou, mais precisamente, de uma variante do material chamada Nomex, criada para resistir a temperaturas intensas.
Há também outras duas versões do material, um pouco diferentes de suas irmãs mais célebres. A primeira delas, o Kevlar comum, é uma substituta para itens que se assemelham a borrachas, sendo principalmente utilizada como revestimento de abrigos contra tornados. Já o Kevlar 49 é um material muito mais resistente, mas nada maleável, que pode ser encontrado em cascos de barcos e quadros de bicicletas.
Desde sua criação, o Kevlar se provou um dos materiais mais úteis para proteger as pessoas, ganhando espaço na indústria têxtil e até mesmo na alta-costura e em desfiles de moda. Talvez, em alguns anos, seja comum andar por aí vestindo roupas feitas desse tecido; algo que, provavelmente, pode tornar nossa vida mais segura.